23 de novembro de 2011



"De repente a morte passou a me atrair sem nenhum charme, nenhum glamour, apenas com a seca promessa de ser melhor do que o resto."

                                                                                                                      - Como esquecer

20 de novembro de 2011

Pianinho




18 de novembro de 2011

Sentir-se amado


"O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo."

19 de outubro de 2011

Durante minhas tentativas de estudo e olhando a prova do ENEM 2009, vi um texto muito bom (!), onde são transmitidos de forma implícita, valores humanos.

Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos?
Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias.
Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia parar localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói.

                                                                                               Bertold Brecht



4 de outubro de 2011

Conceitos

São apenas conceitos.

29 de setembro de 2011

Sucker Punch

"Quem honra aqueles que amamos pela vida que vivemos?
 Quem envia monstros para nos matar, e, ao mesmo tempo, canções que nunca vão morrer?
 Quem nos ensina o que é real e como rir das mentiras?
 Quem decide quem vai viver ou morrer defendendo?
 Quem nos acorrenta?
 E quem tem a chave para a nossa liberdade?
 É você. Você tem todas as armas que precisa. Agora lute!"

23 de setembro de 2011

Ar livre




Noite mal dormida e sensação de mais um dia comum pela frente. Resolveu dar uma volta no parque, jeans e moletom antigo, vontade apenas de aproveitar aquela manhã de outra maneira.
Seus cabelos se mexiam como se acompanhassem a bela melodia que o vento fazia. Tão comum e tão diferente... Sentia-se encantada a cada observação. Era um refúgio em meio a tanto movimento e barulho do dia-a-dia.   
Simples; mas voltaria mais vezes. Estava renovada.

14 de setembro de 2011

Mente fechada

Evite.

Se fossemos criados para aceitar que existem diversas possibilidades, não haveria um preconceito tão grande.

Imagine uma criança pintando o céu de roxo: vai dizer que está errado porque o céu é azul? Isso é o que é imposto. Dias podem ser alaranjados, cinzas.. (coloque a cor que quiser).

Lembro de uma que aula que tive em que criticávamos métodos utilizados nas escolas... Muitas vezes não deixam que um lado seu seja "diferente".. Tem que ser de uma determinada maneira, aquela que é julgada correta. Onde está a possibilidade de expansão de ideias?

Encare a vida como o desenho.

Se te faz bem e não atinge negativamente outras pessoas, pinte como você quiser, seja diferente, seja você.

8 de setembro de 2011

Às moscas, teias de aranha e afins

Foi assim que o blog ficou: largado.

4 de fevereiro de 2011

Traduzir-se

Ferreira Gullar
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte — que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

-  Ferreira Gullar

4 de janeiro de 2011

Café


Não era o que mais gostava, mas naquele dia lhe parecia familiar.
Não queria ler jornal, então pegou uma revista qualquer. Folheou, folheou... mas não se concentrou em uma única página. Desistiu da leitura.
Acomodou-se em uma poltrona e manteve os olhos vagos, fixos, sem direção aparente. Naqueles minutos que pareceram horas, passou uma espécie de filme em sua cabeça. Estava confusa.
O silêncio era ensurdecedor. Chega! Não queria saber de mais nada.
Outra revista. Mais um gole.
 

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